sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Uma década em ti

Já passava da uma e eu sem dormir. Pesava-me aquela década na imaginação. Tentava recordar-me do que fora, do que me marcara. Descobrir porque passara tão depressa. A meio caminho dos quarenta o tempo já escorre entre os dedos e há noites assim, em que nada mais há a fazer que procurar provas de que tenha valido a pena. Por um minuto, não encontrei nada. Mas depois lembrei-me das tuas pernas compridas. Do teu cabelo irrequieto. Das coisas que escreves e cantas. Dos teus desenhos, das tuas opiniões. De repente, estava lá tudo. E soube o que tenho andado a fazer.