quarta-feira, 12 de maio de 2010

Melhores Amigos

Com as férias do Verão a aproximarem-se, vieram-me à cabeça aquela antigas férias longe de casa, quando a realidade era uma coisa distante e o cheiro a Verão não nos saía do corpo durante muito, muito tempo. Nunca mais houve férias assim. Por um lado, porque a realidade nunca voltou a ficar tão longe. Mas sobretudo porque nunca mais como nesse tempo voltei a sentir a confiança de ter uma melhor amiga a meu lado.
Depois, ao ler ontem o blog de uma miúda que deve ter uns 13 anos, brasileira, e que passou um mês num campo de férias, revivi a explosão de emoções que uma simples temporada longe de casa pode trazer nessa idade. Feliz, transformada e ligada aos amigos como nunca, ela estava pronta para olhar para alguém e ler-lhe o pensamento, rir sem precisar de ouvir a piada, partilhar a sua casa, a sua roupa, a sua família, a sua comida e o seu dinheiro, como se tudo fosse absolutamente natural.
Mas não é natural. É extraordinário, e quando acontece seria fantástico que pudesse durar para sempre.
Agora, que chegou a vez de a minha filha começar a viver algumas destas coisas, descobri de repente a falta que tudo isto me faz. Poder confiar num melhor amigo não é uma coisa de crianças. Tenho saudades dos melhores amigos, aqueles que não vivem do Facebook e sem os quais não tomamos uma decisão importante. Pensei que perder a cumplicidade era uma consequência natural de se ser adulto. Não é. Viver rodeado de gente que é incapaz de cumplicidade, sim.

2 comentários:

  1. Olá!
    Este texto está um espectáculo, como todos os outros...Mas este consegue trazer-nos os cheiros/as memórias da nossa adolescência, que ficou lá a trás, mas que é sempre bom recordar tudo o que vivemos.

    Carla

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  2. Olá! Ainda bem que gostaste! Bjs.

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